sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Castelos de nuvens

Sábado, 5 de Janeiro de 2013
 
Lisboa. O avião descola em direcção a Este. Sobrevoamos o Parque das Nações, vigiado de perto pela Torre Vasco da Gama, numa elegância altiva. Segundos depois, a asa direita desce e viramos para Sul, na direcção do azul brilhante do Tejo. Subimos aos 3 mil metros, com Lisboa na retaguarda, protegida por uma cúpula de nuvens. A cidade fica envolta numa misteriosa neblina branca, com tufos de algodão-doce aninhados a 2 mil metros de altitude. No mínimo bizarro, num dia tão luminoso como este. Do manto branco de Lisboa surgem os meandros da Ponte Vasco da Gama, serpentando sobre o rio. Em frente, por baixo do avião que ganha altitude, ergue-se um castelo de nuvens altas e fofas, como um muro intransponível. Desta vez não precisamos de atravessar, sobrevoamos.
Durante a viagem, enquanto rumamos para sul atravessando o Trópico de Câncer, temos acesso a um pôr-do-sol diferente, com o astro redondo invisível no meio das faixas de cores quentes estendidas no horizonte. Apetece deixar-se ir naquele calor, estender-se nas nuvens e pairar sobre a terra. O capitão informa que em Acra estão 28º e o coração continua a aquecer. Esta sensação de deixar o frio do Inverno e chegar ao calor dos trópicos em apenas 6 horas de viagem, quando a geografia se sente na pele, é fabulosa!

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