domingo, 13 de junho de 2010

O mar..


... faz-me falta. O cheiro da água salgada, o som do bater das ondas (mesmo minusculas) nas rochas. Sentir a areia a deslizar devagarinho pelos dedos dos pés. O azul-esverdeado da água e o efeito da água salgada nos meus caracóis. Tudo isto me faz falta e só me apercebo verdadeiramente quando vou ao mar, o que aqui não é muito frequente. Tenho lago à porta, mas não é a mesma coisa.
Mas ontem fui ao mar, numa visita em grupo à Liguria (área de Génova), onde o mar Tirreno, uma das divisões do Mar Mediterrâneo, esculpe a costa rochosa. Onde o conceito de praia é muito diferente do que estou habituada (2 metros quadrados de seixos pode ser uma praia), onde a areia é escassa e quando existe, foi transportada artificialmente de outra parte qualquer. Onde nos exigem 23 euros para entrar numa praia apetrechada com cadeiras, com um bar, um pedaço de mar limitado por uma corda e muito pouco espaço livre (só para as cadeiras e para pousares o saco ao lado). Onde nas praias consideradas públicas, não podes levar a tua própria cadeira, só a toalhita, para justificar o preço que cobram pelas praias apetrechadas. Mas onde o mar é calmo e mais quentinho do que o meu Oceano Atlântico e onde posso mergulhar à vontade e ficar com a pele a saber a sal. Onde a cor da água me fascina. Onde posso recolher seixos coloridos e disformes para enfeitar a minha casa. No mar, seja ele qual for.

Santa Margherita

A praia de Paraggi

Um pequeno e vistoso habitante daquelas paragens
 O mar Tirreno

É claro que a Liguria é terra de gente fina, com iates a flutuar nos portos. Portofino e Santa Margherita são estâncias turísticas de preços exorbitantes. Uma espécie de Tróia ao nível italiano. Mas com o conceito de praia paga (como é que se pode ser dono de um pedaço de mar?) levada ao extremo. E onde quem lá vai sabe que paga, e paga bem, para permanecer ao sol numa cadeira colocada à beira-mar numa plataforma de cimento. Uma noção de divertimento que me transcende... prefiro as praias pequeninas e escondidas que encontramos ao acaso enquanto caminhamos. Onde aquele pedaço de mar é meu por algumas horas, não porque pago para isso, mas apenas porque está ali, disponível para quem o quiser aproveitar.

Uma praia pequenina e escondida que encontrámos ao acaso

O conceito de praia na Liguria

 
A riqueza visível atracada no porto de Portofino

1 comentário:

  1. Infelizmente para os Cristãos, Saramago está condenado pelo Vaticano a ARDER no INFERNO! Segundo o Vaticano, que fala em nome do SANTO PADRE, Saramago era a encarnação do ANTICRISTO que BLASFEMAVA contra DEUS!Um ATEU,um COMUNISTA...Se calhar comia criançinhas ao pequeno almoço..só DEUS sabe...É claro que muitos Padres, Bispos e Cardeais também "comem" criançinhas, embora de outra forma, e com a benção da SANTA MADRE IGREJA! Como amam imenso as crianças, demonstram-lhes assim o seu Amor. E ainda lhes pagam depois, se tiverem sido demasiado arrebatados! Não as "comem", antropofágicamente, como os COMUNISTAS!
    VIVA O PAPA!
    VIVA A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA!
    MORTE AOS ATEUS E AGNÓSTICOS (são piores ainda, porque desconfiam)!
    MORTE AOS COMUNISTAS, MARXISTAS LENINISTAS!
    MORTE AO PRÉMIO NOBEL JOSÉ SARAMAGO! (é verdade..o gajo morreu mesmo? Não é propaganda comunista? Não é uma jogada de marketing para vender milhões de livros?)

    AMEN!

    Por isso a Saramago não fará sentido o Epitáfio "SIT TIBI TERRA LEVIS"

    Nínguém o mandou meter-se com a SANTA MADRE IGREJA (Já andamos cá há dois mil anos, temos muita pedalada e quem se mete comnosco APANHA!)

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